Observatório Político de Ouro Branco 2024
por Graci Marques*
Chega ao fim a maratona eleitoral de 50 dias. Para mim, foi um ritmo insano, uma cobertura intensa, de análises das campanhas, entrevistas com os candidatos e sabatinas sobre os temas mais urgentes para a população. Foi um trabalho que nos permitiu, junto com você, leitor, desvendar a complexidade de um Plano de Governo, dos ritos eleitorais e entender as reais intenções de quem deseja nos representar. Agora, é o momento de analisar esse material e votar de forma consciente.
As eleições são um espelho do que somos e do que queremos ser como cidade. E a oportunidade de escolher quem estará à frente das decisões pelos próximos anos. E, durante esse processo, perguntei frequentemente: por que alguém se candidata? Para alguns, é o desejo genuíno de mudança e de contribuir para uma sociedade mais justa. E estes que devem ser a aposta certa nas urnas. Não se deve dar palco a quem só quer estar no jogo por ambição, pelo poder e pela influência. Entender essas diferenças é essencial para sabermos a quem estamos entregando nossa confiança.
Queria poder também ter conversado com todos os 112 candidatas e candidatos a vereador, para falar das propostas, do que traz de novo e para saber o que levou aquele morador até essa batalha. Consegui ouvir amigos pessoais e pessoas mais próximas, que fui conhecendo nessa cobertura. Entre os amigos, está a oportunidade de reconstruir programas e trazer mudanças. Me chamou muito a atenção que alguns candidatos ao legislativo são muito jovens. E essa turma deixa claro que descobriram a política como ferramenta de transformação social e de defesa dos seus direitos.
Todos os que conversei, têm clara a sua bandeira de trabalho. É o caso da Fran, que fala sobre acessibilidade. Do Ildeu, que é da Cultura. Do Caio, que defende a causa animal. Da Bruna que é da causa ambiental. Do Nelinho e da Lilian, do Esporte. Da Katia na educação e do Neymar na segurança. E eles mostram que, para o Legislativo, a bandeira de trabalho se sobrepõe ao conhecimento da cadeia de gestão pública, exigida pelos cargos executivos. Ou seja, o eleitor escolhe pelos interesses comuns e pautas que fazem parte do seu dia a dia.
Votar é um ato de poder e também uma responsabilidade sem tamanho. Ninguém deveria chegar à urna sem conhecer as pessoas por trás dos nomes na tela. Cada eleição tem consequências que ecoam por anos, afetando a vida de milhares de pessoas. O voto consciente não pode ser um luxo, mas uma necessidade para a manutenção de uma democracia saudável.
Durante esta cobertura, busquei ir além do óbvio, analisando a coerência das campanhas e confrontando as ideias. Tudo isso para ajudar o eleitor a encontrar respostas, para que a decisão de votar não seja tomada com base em slogans ou em campanhas bem produzidas, mas em conhecimento real sobre quem são esses homens e mulheres que pedem o nosso voto. Esperamos que esse esforço tenha contribuído para que você, leitor, se sinta melhor preparado para tomar uma decisão informada.
Democracia não se faz só no dia das eleições. Ela exige participação constante, vigilância, cobrança. E, talvez mais importante, exige esperança. Esperança de encontrar aqueles que realmente querem servir ao bem comum e nossos planos de futuro. Que possamos, cada um de nós, ser parte ativa de um processo de mudança que começa na escolha consciente de quem nos representa.
A jornada até aqui foi de muito trabalho, mas a verdadeira caminhada começa domingo. Votar é um direito e uma responsabilidade. Que possamos exercê-lo plenamente. Viva nossa liberdade de escolha e a cidadania da participação nessa jornada democrática.
Até mais 🙂
*Graci Marques é Consultora em Marketing Político e Planejamento Estratégico. Assessora de Comunicação Política desde 2005, já trabalhou na Câmara dos Deputados, ALMG e nos Ministérios da Saúde e da Justiça.
*As opiniões emitidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do Jornal Alto Paraopeba. A ordem de citação dos candidatos cumpre as definições do TSE.