Observatório Político de Ouro Branco
*por Graci Marques
Um ano se anuncia e com ele a chegada de novos nomes na política de Ouro Branco. Outra gestão assume a Prefeitura e a Câmara muda também. A cidade entra numa nova rota e o destino depende dessas cadeiras que serão ocupadas em 2025. Conversando com Hélio Campos (PSDB) e Sávio Fontes (Republicanos), podemos afirmar que essa transição de governo é inédita e sinaliza uma relação diplomática, definida como “tranquila” pelos dois.
Organização e nada de mudanças drásticas. Isso é o que a população deve esperar nos primeiros 100 dias do novo governo. Vai ser preciso paciência e compreensão. O novo prefeito afirma que não há surpresas nas contas e nada que impeça o funcionamento dos serviços nas primeiras semanas. Que os primeiros passos são para estruturar a prefeitura, conhecer os fluxos, reorganizar processos e pôr a casa em funcionamento para aplicar as mudanças propostas na campanha.
É preciso entender que a máquina pública tem seu tempo e que funciona diferente de uma empresa. No primeiro ano, por exemplo, o Orçamento foi decidido pelo prefeito anterior. Ou seja, não adianta querer realizar uma grande obra sem aprovar, na Câmara, a realocação dos recursos. E isso já é uma dor de cabeça que todo prefeito novo quer evitar, pois há muito mais prioridades em vista. Então, começo de mandato não é época de reforma e nem de grandes mudanças. E, pelas entrevistas, Sávio já sinalizou que não quer quebra de paradigmas e o que é bom, será mantido.
Na Câmara, o que se constrói com a movimentação atual é um cenário de base para o prefeito. Até o fechamento da coluna, havia apenas uma chapa confirmada para a Mesa Diretora. Os rumores de que Neymar iria tentar a reeleição foram negados pelo próprio vereador. E Warley, o mais votado da cidade, segue com interesse na Presidência. Assim, a chapa seria formada por parlamentares da base de Sávio. Mesmo que não tenha tido intervenção do futuro prefeito, ter a Mesa Diretora com aliados é importante para garantir a tramitação de propostas do Executivo. E Fontes vem dialogando com os parlamentares desde o fim da campanha, abrindo diálogo com as peças mais relevantes no jogo político, pois sem legislativo, um executivo pode ficar paralisado.
Um governo de Mulheres
Das grandes novidades para 2025, um alto escalão com 12 mulheres é uma pauta a se celebrar. É o reconhecimento das profissionais da cidade que se destacam na gestão pública, muitas vezes apagadas pela política tradicional exercida por figuras masculinas. A informação foi dada com exclusividade à coluna e ao Jornal pelo próprio prefeito diplomado. E é celebrada por mim, que há 20 anos, vivo a Política e tenho observado esse movimento crescente pela valorização da mulher na política. Somos maioria da população, devemos ter governos e cargos públicos que nos representem e entendam as nossas necessidades.
O que vejo para 2025
A abertura ao diálogo com a Câmara e o tom moderado em suas propostas sugerem que Sávio entende que uma administração de sucesso não é feita de rupturas abruptas, mas de ajustes bem calculados. E, nesses dois meses, no governo de transição, ele soube estudar e analisar todas as peças desse grande quebra-cabeças que é uma Prefeitura.
O desafio agora é transformar a estabilidade inicial em resultados concretos, sem ceder à pressão por mudanças imediatistas. Em Ouro Branco, a política parece apontar para um caminho mais maduro e responsável, onde o pragmatismo supera o populismo e as expectativas dão espaço para a paciência e o trabalho estruturado.
*Graci Marques é especialista em Marketing Político e Planejamento Estratégico para mandatos. Assessora de Comunicação Política desde 2005, já trabalhou na Câmara dos Deputados, ALMG e nos Ministérios da Saúde e da Justiça.
*As opiniões emitidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do Jornal Alto Paraopeba.